
Fundado em 02 de abril de 1937
Títulos:
Campeão Goiano da 1ª Divisão 1944, 1947, 1949, 1955, 1957, 1964, 1970, 1985, 1988, 2007
Campeão Goiano da 2ª Divisão2005
Campeão da Copa Goiânia1999
Campeão do Torneio da Integração Nacional1971
Campeão Brasileiro da Série C 1990
HISTÓRIA ATLETICANA
Como tudo começou...
Com a camisa igual à do Flamengo e o escudo semelhante ao do São Paulo, porque Edison Hermano, um dos seus fundadores e seu primeiro goleiro era flamenguista e são-paulino, o Atlético iniciou, ao ser fundado em 2 de abril de 1937, a implantação do futebol em Goiânia, a então recém-fundada cidade de Goiânia. Passaram-se 50 anos desde então. Meio século de atividades sem interrupção, nem sempre alegres, mas, na maioria das vezes gloriosas, enriquecendo o futebol goiano. A foto bem mostra o estilo da época, que para os saudosistas provoca longos suspiros. Estão do outro lado da objetiva do fotógrafo Antônio Daniel (falecido), os dois seguintes não identificados, Calimério Machado, um dos fundadores, Afonsinho Gordo (falecido), Lisboa Machado (ex-deputado federal), os dois seguintes também não identificados, Pneu, João de Brito Guimarães-recém-falecido-Neige José, Nicador Gordo, Zé Barbeiro e Parateca, ex-prefeito da capital. Abaixados, sempre da esquerda para a direita, Orlando Feresin (falecido), treinador e pai de dois dos maiores craques do futebol goiano, Pixo e Dido, Geraldo Bacalhau, um não identificado, Ondumar Sarti, Geraldo, Jason Santana, Moreno e Benê. Sentados, os goleiros Vicente Pereira de Melo e Edison Hermano de Brito (falecido). Como se observa, os atletas usavam toucas para proteger os cabelos e os goleiros não abriam mão das indefectíveis joelheiras. Outro detalhe, cada um usava meias a seu gosto. Uma época que passou, mas o Atlético continuou, e continua, passada mais da metade de um século...
1944 - O Primeiro Campeão Goiano
Em 1944 disputou-se o primeiro campeonato oficial de futebol em Goiás. A bem da verdade, foi um campeonato curto, posto que na época existiam apenas cinco clubes. É verdade, também, que a então jovem capital com apenas 12 anos de fundada, não comportava mais do que isso. Naturalmente houve muitas irregularidades, mas que não tiraram o mérito do primeiro grande campeão goiano, que foi o Atlético Clube Goianiense, também o primeiro clube fundado em Goiânia a 02 de abril de 1937.
OS PARTICIPANTES
Atlético, Goiânia (fundado em 1938), Vila Nova (fundado em 1943), Goiás (fundado em 1943) e o Campinas (fundado em 1943 e que se utilizava dos reservas do Atlético.
A DIRETORIA
No ano do seu primeiro título, o Atlético contava com uma diretoria respeitável, composta de homens ilustres e de muito valor. Era essa a diretoria atleticana: Presidente: Reinaldo Toni, 1° vice: Manoel Domingos Terrível, 2° vice: Antônio Accioly, Secretário geral: Édison Hermano de Brito, 1° Secretário: José Lua Bittencourt, 2° Secretário: Adail Ferreira de Moraes, 1° Tesoureiro: Walteno Cunha Barbosa, 2° Tesoureiro: Acácio José, Treinador: Orlando Feresin como se observa, o treinador era eleito juntamente com a diretoria.
O TIMAÇO
O Atlético foi campeão não porque seus adversários fossem fracos, mas sim por que seu time era poderoso e bom. Tinha poucos jogadores e seu elenco era muito homogêneo, com reservas e titulares se confundindo. Eis o elenco campeão, primeiro campeão goiano: Paulista (Wolney), Tonico (Ditinho) e Chancão (Fão), Waldemar Bariano, Tocafundo (Mira), Pixo (Pirulito); Cid, Ari, Cigano, Nazaré, Dido e Nery.
OS JOGOS
0 Atlético foi campeão invicto, vencendo todos os seus adversários. A história registra os seguintes resultados: Atlético 10 x 0 Vila Nova - Atlético 5 x 0 Campinas - Atlético 3 x 2 Goiás - Atlético 4 x 2 Goiânia.
Ao encerrar o campeonato, cheio de confusão, o Atlético venceu o Goiânia por 4 x 2 na final, realizada dia 18/11/44. Nesse dia, sem opção de banco, o treinador Orlando Feresin lançou no time seu filho DIDO, então com 17 anos, sendo obrigado a assinar uma autorização pelo fato da condição de menor do garoto, que seria famoso. E Dido, menino ainda, marcou dois dos quatro gols do primeiro grande titulo.
O Super Time de 1955
O ano de 1955 foi todo atleticano. Moacir Cícero de Sá era o presidente. Um homem trabalhador, dedicado e disposto a dar um título de campeão ao Atlético, cuja última conquista datava de 1947.Seu maior trabalho, no entanto, não foi com o elenco, mas sim com a construção da arquibancada que ali se encontra até hoje. O elenco estava montado, muito ajustado só com pratas da casa, ninguém de fora. Um time, de treinador a ponta esquerda todinho ele de Campinas. Foi um dos maiores times de todos os tempos. Basta dizer que ao sagrar-se campeão invicto, o Atlético truncou uma série de cinco anos seguidos de absoluta hegemonia do Goiânia.
O TÍTULO
O Campeonato de 1955, o mais longo da história, contou com a presença de uma dezena de clubes. Foram dezoito jogos, turno retorno para que o rubro-negro levantasse o mais memorável titulo de sua gloriosa trajetória.
Fioravante Salerno, o Fiori, um calabrês estabelecido no comércio da avenida 24 de Outubro assumiu o comando técnico do time e sua virtude maior era a amizade e o respeito mútuo. Ele nunca tinha problemas, pois apesar de um elenco reduzido, adaptava um jogador a qualquer circunstâncias. Epitácio, por exemplo, era ponta-direita, ponta-esquerda, meia-armador médio-volante, centro-avante, era tudo. Todos eram tudo naquele inesquecível esquadrão que ficou mais de vinte jogos sem conhecer o sabor de uma única derrota.
MEMÓRIA
No começo do ano o Atlético excursionara a Cuiabá, onde disputara três jogos, com uma vitória, um empate e uma derrota. Era a primeira vez que um clube goiano saia do Estado de Goiás para mostrar seu futebol. Na volta, uma sexta-feira, o time estava desfalcado. Pitinho se contundira em Cuiabá e Fiori lançava Maltez no gol. Epitácio, a contra-gosto, era deslocado para a ponta-esquerda. E a estréia foi contra o Goiás. Vitória memorável do Atlético por 6x2!
Depois disso foi uma festa em sequência, em 17 capítulos, pois os 17 jogos seguintes foram levados de vencida; Atlético campeão de 1955.
Com o estádio da avenida ParanaTba super-lotado, na tarde de 18 de dezembro de 1955, o Atlético dobrava o Goiânia, colocando seu terrível adversário de joelhos e impunha-lhe os memoráveis 2x1. Foi naquele dia que o lateral-direito reserva, Jair de Souza, por coincidência irmão do titular Oiama, no dia contundido, sentou-se sobre a bola para que a barulhenta torcida campineira pudesse gritar "olé!".
OS HERÓIS
Dois homens sofreram mais que todos durante a inesquecível campanha. Um era o presidente Moacir Cícero de Sá, sempre agitado, inquieto roendo as unhas nervosamente, mas sempre cavalheiro, sempre educado, sofria quando Pitinho ia buscar a bola no fundo das redes. E pulava como uma criança toda vez que Fábio massacrava os goleiros inimigos. O outro sofredor foi Epitácio, o grande símbolo do Atlético. Ele brigava até com a torcida e não acreditava em bola perdida. Corria noventa minutos, perturbava a defesa contrária, irritava os juízes e deixava a torcida inimiga com os nervos à flor da pele. Epitácio nascera para ser o grande vencedor. Na derrota se abatia. Aquilo era amor por uma camisa e respeito por uma torcida.
HERÓIS
No fim, todos dependeram de todos. Das defesas monumentais de Pitinho aos desconcertantes dribles de Joãozinho na linha de fundo, o time era uma verdadeira sinfonia, um conjunto de harmonia, onde todos falavam a mesma língua e jogavam o mesmo futebol. Foi a grande arma da inesquecível conquista. PITINHO, PLINIO e IDEON; OIAMA, OSVALDINHO e TONHO OSCAR; JOÃO PINTO, EPITÁCIO, VITALINO, FABIO e JOÃOZINHO. Mais ainda, o concurso, ao longo da histórica caminhada, de Jair Tocafundo, Itacaramby, José Mendonça, Fabinho, Maltez Gadia, garotos que estavam aprendendo a arte de empolgar o público.
1957, outra vez...
No começo de 1955, para uma curta excursão a Cuiabá, o Atlético, em face de algumas contusões, teve de recorrer ao Goiás, tomando dois craques por empréstimo: o zagueiro central Manduca e o centro-avante Eudes, o maior gênio que o futebol goiano conheceu. Um homem que jogava sem bola e que encantava a platéia por sua genialidade. Pois bem, ao voltarem de Cuiabá, os dois se empolgaram com o Atlético e se iniciou um namoro que duraria mais de um ano.
O tempo passou e chegou 1957. E Manduca e Eudes se incorporavam, em definitivo, ao elenco rubro-negro. De quebra, sem contrato com o Goiânia, chegava o goleiro China, com suas defesas monumentais e seu jeito muito especial de gritar durante os noventa minutos, orientando sua defesa e distribuindo lançamentos em profundidade para os atacantes: Resultado: Atlético, Campeão Invicto de 1957, ano em que conquistou também o Troféu dos Invictos.
ACADEMIA
O time de 1957 parecia jogar por pensamento, tal a uniformidade, tal a sintonia de suas peças. Para chegar ao memorável título, que data de 30 anos, o Atlético lançou mão de uma constelação de astros: CHINA, MANDUCA E PLÍNIO, ALDO, OSVALDINHO E GADIA, EPITÁCIO, FABINHO, EUDES, FÁBIO E VITALINO, elenco que teve ainda Pitinho, Bebé, Louro e outros.
Era ao ano 30 da fundação do Atlético que conquistava seu 5° título de campeão e que ficaria 7 anos em jejum, até que chegasse o ano de 1964 com aquela famosa máquina montada por Gilberto Alves.
Dido, garoto campeão
O Atlético teve um artilheiro de inesquecível memória. Ele se fez presente já no primeiro título conquistado pelo rubro-negro em 1944. 0 registro de Carlos Heidel Feresin, consagrado como DIDO, teve uma passagem curiosa como futebolista.
No dia 18 de novembro de 1944 o Atlético chegava ao final com o Goiânia para disputar o histórico título de primeiro campeão oficial.
Orlando Feresin, o treinador, tinha um filho que era titular, Pixo. E para o último jogo tinha uma dificuldade: escalar o meia-esquerda, já que o titular estava machucado. No time de reservas, um segundo filho seu, o menino DIDO, que ainda não havia completado 17 anos. Era menor e a lei não permitia. Orlando Feresin teve que assinar a súmula como responsável pelo garoto, assumindo todas as responsabilidades como pai. O garoto foi lançado. O Atlético ganhou de 4 x 1, foi campeão invicto, DIDO estreiou e marcou dois gois.
Foi um começo brilhante. Campeão em apenas 90 minutos. Depois ele foi artilheiro constante até se transferir, em 1948, para o futebol paulista chegando a brilhar no futebol italiano. Já não existem artilheiros como DIDO. Que pena!
Ataque poderoso
De 1950 a 1955 o Atlético tentou montar um grande time. O Goiânia seu velho e tradicional adversário, não dava chance. E naquele quinquênio o Atlético sempre teve um ataque agressivo, como mostra essa foto de Hélio de Oliveira, de 1954 onde aparecem Renato, Epitácio, Vicente Tocafundo, Dimas e Fábio. Atrás, Fausto Costa e Oliveira Roriz se divertem com Plínio Hidalgo de costas.
Os Goleadores
Pelo Atlético passaram os maiores goleadores do futebol goiano. Seria ocioso citar nomes de quantos vestiram a camisa rubro-negra, balançando redes e fazendo os melhores goleiros se ajoelharem, impassivos diante do poderio atleticano. Aqui nos atemos aos homens que chegaram ao final dos campeonatos comandando o pelotão dos goleadores do futebol goiano. Os anos em que o Atlético teve o artilheiro-mor foram:
1944 - Ari 8 gols1947 - Dido 17 gols1948 - Tarzan 21 gols1949 - Tarzan 18 gols1955 - Fábio 21 gols1970 - Dadi 13 gols1972 - Dadi 12 gols1978 - Baltazar 31 gols - recordista absoluto1985 - Bill 21 gols
Os Meninos do Atlético
O Atlético sempre devotou muito carinho com seu infantis. Muitos dos grandes astros do futebol goiano saíram das divisões menores do rubro-negro de Campinas. No começo dos anos 50 foi maior essa preocupação. A foto que ilustra o texto, de 1953, mostra alguns meninos que no futuro seriam grandes ídolos da torcida goiana. Bebé, Maltez (falecido) Gadia, Vaniano, Cheirinho, Fabinho, que foi super-astro, Marinho e Joãozinho. Em tempos diferentes o Atlético forjou os maiores craques do futebol goiano, de sua divisão menor saindo craques como Epitácio, Louro, Fábio, João Pinto, Joãozinho e tantos outros.
Esses Meninos Levados...
Essa meninada que aparece na foto, arrebanhada na primeira metade dos anos 50, é hoje um grupo de senhores grisalhos, pessoas bem sucedidas na vida. O destino os reuniu, certa feita vestindo a camiseta do Atlético e depois cada um seguiu seu próprio destino. Aparecem: Pitinho, Itacaramby, Tonho Rodrigues, Nasson, Louro e Bebé.Agachados: Batatinha, Badi Bariani, Zanoni, Laerte e Bolinha.
Aqueles meninos davam um trabalho!